
O helicóptero realizava voo panorâmico transportando turistas, enquanto o avião efetuava voo particular na região. Analisando o texto da recomendação, em que pesem haver medidas específicas do modelo de controle espaço aéreo adotado nos Estados Unidos, é importante destacar que o NTSB, ao estudar os modelos de dispositivos de alerta de tráfego no mercado, bem como os TSO’s (documento de padronização técnica emitido pelo FAA para fixar requisitos mínimos na fabricação de equipamentos) existentes para sistemas eletrônicos de alerta, concluiu que a efetividade de tais sistemas em helicópteros é limitada. Isso se dá principalmente pelo fato de que os TSO’s vigentes não distinguem entre as diferentes características de voo existentes em helicópteros e aviões. Os alertas de tráfego são emitidos com base na suposição de que certos parâmetros (rumo, velocidade solo e razão de subida/descida) seriam mantidos durante um tempo longo o suficiente para que o sistema estime posições futuras da aeronave. Essa suposição funciona bem para as aeronaves que estejam em voo estável, com pequenas modificações de trajetória. Porém, tal suposição pode não ser apropriada quando muitas aeronaves estejam manobrando num corredor VFR congestionado, por exemplo. Por tal motivo, na Safety Recomendation emitida, o NTSB recomenda ao FAA o desenvolvimento de padronização para equipamentos de alerta de tráfego que :
- atendam, dentre outras caracaterísticas, a capacidade dos helicópteros de pairar e voar próximo a outras aeronaves a baixa altitude, baixa velocidade e em diferentes atitudes daquelas usadas pelas aeronaves de asa fixa;
- reduzir o incômodo de determinados alertas quando aeronaves, voando em proximidade, se mantiverem dentro do envelope de alerta do sistema;
- considerar os diferentes tipos de operação conduzidos por helicópteros, incluindo aqueles em espaços aéreos congestionados.
O interessante é que, em função de uma outra colisão em voo entre dois helicópteros de notícias ocorrida julho de 2007, o NTSB já havia solicitado ao FAA um estudo acerca dos citados sistemas de alerta. Na ocasião o FAA analisou a recomendação e concluiu não haver necessidade de emitir novo TSO, afirmando que os existentes já abrangiam as recomendações do NTSB. Agora, ante o outro acidente ocorrido a questão voltou à tona.
Quem está certo? FAA ou NTSB? De fato não se sabe ainda, mas o certo é que a discussão beneficiará a segurança operacional e o desenvolvimento de novas tecnologias.
A seguir, o vídeo da animação do acidente que reacendeu a discussão.
Foto: exemplo de TAS - modelo SKYWATCH da L-3 Avionics
Vídeo disponível para download em: http://www.ntsb.gov/Speeches/hersman/daph090916-Animation-Description.htm
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