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S61 pertencente a Canadense CHC, semelhante ao do acidente |
O NTSB (órgão americano encarregado de investigação de acidentes aéreos) apontou uma falha da empresa Carson locadora de uma aeronave S-61, como fator inicial que levou a um acidente durante uma operação de combate a incêndio ocorrida em 2008 na Califórina. Durante uma reunião a portas abertas ocorrida no dia 07.dez último, que coincidiu com a divulgação das causas prováveis do acidente, a equipe de investigação apontou muitos aspectos complexos da investigação de dois anos, que envolveu 23 membros do órgão, o equivalente a mais de 5% de toda a força de trabalho do NTSB, que conta com cerca de 400 homens.
O helicóptero Sykorsky S-61, caiu pouco depois de decolar em 05.ago.2008 nas montanhas próximas a cidade de Weaverville, na Califórnia. Nove bombeiros faleceram na queda, e quatro outros se feriram gravemente. A empresa Carson operava a aeronave cumprindo um contrato assinado com o Serviço Florestal Americano.
O NTSB concluiu que as causas principais do acidente foram a fixação de um valor inferior ao real para o peso vazio da aeronave; a modificação do gráfico de potência disponível (para aumentar a capacidade de carga); e o rotineiro uso de informações erradas de torque no cálculo de performance, fazendo com que os pilotos superestimassem a capacidade de carga do S-61. No envento foi citado também que houve fiscalização insuficiente da FAA e do Serviço Florestal na execução dos serviços. Como fatores contribuintes estão inclusas ainda falhas da tripulação em reconhecer discrepâncias de performance durante duas decolagens que antecederam o acidente. Em complemento às causas prováveis estão 11 recomendações ao FAA e 10 ao Serviço Florestal.
Nos cálculos efetuados pela equipe de investigação, foi detectado que o peso básico da aeronave havia sido alterado para menos em 1437Lbs (651Kg), sendo que no dia do evento o helicóptero decolou com 500Lbs acima do peso máximo previsto para pairado fora do efeito solo (HOGE).
Na reunião, onde participaram outros membros do NTSB, a equipe encarregada da investigação apontou erros intencionais da empresa operadora do helicóptero. Questionada pelos demais se os erros realmente teriam sido intecionais, a equipe afirmou que as alterações feitas nos gráficos, inclusive com cópias de gráficos referentes a 2,5min inseridas num cabeçalho do gráfico de 5min, os fizeram concluir que alguém, intencionalmente, teria que fazer a alteração.
Na reunião, onde participaram outros membros do NTSB, a equipe encarregada da investigação apontou erros intencionais da empresa operadora do helicóptero. Questionada pelos demais se os erros realmente teriam sido intecionais, a equipe afirmou que as alterações feitas nos gráficos, inclusive com cópias de gráficos referentes a 2,5min inseridas num cabeçalho do gráfico de 5min, os fizeram concluir que alguém, intencionalmente, teria que fazer a alteração.
Em se tratando da fiscalização Deborah Hersman, uma diretora do NTSB, afirmou que "os operadores públicos estão como órfãos, sem pai. As pessoas que trabalham no setor público, como os bombeiros, esperam não menos do órgão fiscalizador do que cada um de nós espera quando embarcamos num avião comercial. As normas podem não ser as mesmas, mas se existem padrões, alguém deve fazê-los serem cumpridos."
Em tempos de mudanças na regulação da Aviação de Segurança Pública e Defesa Civil no Brasil, há que se fazer uma observação para evitar análises tortas ou equivicadas. O que se deseja neste setor não é deixar de ser fiscalizado e sim, que haja a diferenciação de tratamento em função da especificidade do trabalho. Afinal, como já diziam Aristóteles e Rui Barbosa, há que se tratar os iguais de maneira igual e os desiguais na medida em que se desigualam.
Veja a matéria completa em inglês aqui.
Fonte: Revista Rotor & Wing
Foto: Robert Adams
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