sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Esquadrão Pelicano comemora hoje os 54 anos de existência


   Um dos mais emblemáticos esquadrões da Força Aérea, o 2º/10º Grupo de Aviação, conhecido como Esquadrão Pelicano, completou no dia 6 de dezembro 54 anos de existência. Para celebrar a importante data, foi realizada no dia 9.Dez, na Base Aérea de Campo Grande, uma solenidade com a presença de diversas autoridades militares e civis, incluindo ex-integrantes do Esquadrão. O evento se iniciou às 10h30mim, no Pátio de Estacionamento de Aeronaves da Base Aérea.




   Histórias emocionantes para ilustrar a trajetória do Esquadrão Pelicano não faltam. Cada um de seus militares tem inúmeras missões que ficarão marcadas para toda a vida, mesmo que a rotina militar os leve para outros rincões do nosso imenso Brasil. Uma delas marcou a história recente de nossa aviação como uma grande tragédia: o resgate do Boeing da Gol que caiu ao sul do Pará, numa região de mata fechada e de difícil acesso. Nenhum dos 154 passageiros saiu com vida do trágico vôo. O resgate dos corpos durou  quase um mês.




O RESGATE DO BOEING DA GOL
   No dia 30 de setembro de 2006, um Boeing 737 da empresa GOL que voava de Manaus ao Rio de Janeiro e deveria fazer escala em Brasília, desapareceu no radar.
   O Controle de Vôo da Força Aérea Brasileira perdeu o contato com a aeronave às 16h48min, quando ela sobrevoava uma região a 207 quilômetros ao sul da cidade de Cachimbo, município de São Félix do Xingu, no Estado do Pará. A partir daí, a Força Aérea Brasileira deu início a uma intensa missão de busca, envolvendo mais de nove aeronaves de resgate de diferentes portes e cerca de 400 pessoas atuando em áreas distintas.
   Foi confirmado que a aeronave havia colidido com uma menor, um Legacy (pertencente à empresa Excel Airways, e que seguia para os Estados Unidos). Mesmo avariado em uma de suas asas, o Legacy conseguiu pousar no Destacamento de Cachimbo, no Sul do Pará.
   No outro dia, o Boeing da Gol foi localizado. Pouco depois, os primeiros militares da FAB chegavam ao local da tragédia. Todos os passageiros e tripulantes morreram no acidente. Entre primeiros a chegar aos destroços, estavam homens da Equipe de Resgate do Esquadrão Pelicano.




O RESGATE

   A tarefa de localizar e retirar dali os corpos levou mais de 10 dias. A mata fechada, com árvores de até 40 metros de altura, insetos, chuva e o difícil acesso ao local, tornaram a missão extremamente dura.
   Dos 154 passageiros que embarcaram naquele vôo foram 153 resgatados. Um dos corpos desapareceu na mata e não foi encontrado pelos homens equipes de resgate.
   A missão foi especialmente difícil. Os destroços do avião e os corpos estavam espalhados pela mata num raio de três quilômetros. Os homens de resgate ainda enfrentaram enxames de abelhas que os ferroavam a todo o momento. Chuva e calor intenso ainda foram constantes em toda a missão. Essa foi apenas uma das muitas histórias que fazem parte da vida dos Pelicanos.


DEDICAÇÃO À VIDA

   A simbologia em torno do Pelicano é extremamente grande. A ave costuma sofrer de uma doença que deixa uma mancha vermelha em seu peito. A partir daí surge a lenda que, ao perceber que seus filhotes estão famintos e que não há nada para alimentá-los, a ave bica o próprio peito, tirando de lá alimento necessário para a sobrevivência deles. Deste tipo de atitude, surge o lema e ideal de vida dos integrantes do Esquadrão Pelicano: “Para que outros possam viver”, remetendo ao fato de estarem sempre prontos para ajudar, nem que para isso seja necessário doar do próprio sangue.



O ESQUADRÃO
   O Esquadrão Pelicano foi criado em 06 de dezembro de 1957 na Base aérea de Cumbica, em São Paulo (SP). Em 1972 foi transferido para a Base Aérea de Florianópolis (SC) e em 20 de outubro de 1980, mudou-se para a Base Aérea de Campo Grande, sua atual sede.
   Responsável por buscas e resgates em todo o Brasil e até em alguns países vizinhos, chegam às mais distantes localidades brasileiras num espaço de tempo reduzido, devido a essa localização estratégica de em Mato Grosso do Sul, região central do País. É este esquadrão que responde ao Alerta SAR (Search and Rescue) Brasil e é considerado um dos mais importantes da Força Aérea Brasileira. Ao longo de sua existência, participou de mais de 3,2 mil operações reais, voando cerca de 30 mil horas e resgatando mais de 6 mil pessoas.
   O esquadrão age como forma de suporte a todas as operações da FAB, bem como resgatando aeronaves civis, militares, navios e embarcações. Contando atualmente com aviões C-105 Amazonas e helicópteros H-1H equipados para atender a qualquer situação de emergência na terra ou no mar, mecânicos, observadores, pilotos entre outros profissionais, estão prontos para decolar a qualquer momento.
   Os Pelicanos mantém 24 horas por dia, durante todo o ano, uma equipe de prontidão, um avião Amazonas especialmente equipado para missões de busca e um helicóptero UH-1H para resgates, prontos para decolar, qualquer que seja o destino.
   As missões de busca geralmente são realizadas pelos tripulantes dos Bandeirantes. Mais rápida que o helicóptero, a aeronave alcança os mais distantes pontos do País em poucas horas. Porém, muitas vezes a base do helicóptero de resgate encontra-se distante do local do acidente e como o pouso do avião exige pista, o papel do pára-quedista nessas circunstâncias torna-se fundamental, representando a diferença entre a vida e a morte de uma vítima de acidente aeronáutico ou o socorro imediato a náufragos em perigo - os homens de resgate podem ser lançados a partir de uma aeronave de busca, agilizando assim, o atendimento aos sobreviventes.
   O Pelicano também participa de ações de misericórdia. São feitas missões de socorro, remoções de emergência de pacientes em estado grave para centros de maiores recursos médicos, atendimentos médicos, apoios em caso de catástrofes naturais entre várias campanhas sociais (incluindo a campanha anual de multivacinação em toda região do Pantanal e Amazônia), buscando sempre o apoio à população civil. A vantagem está na versatilidade dos profissionais que, após intenso treinamento, estão aptos para chegar a lugares de difícil acesso. A contribuição social da equipe é essencial e as missões são solicitadas pelo Governo Federal.


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